Opinião do Sr. José Borges – proprietário de uma casa na Rua dos Castanheiros

Publicada por Salvem a Carvoeira | Publicado em

Como cidadão que nasceu à 64 anos, aonde parte da vida não foi fácil, que fez a guerra e assistiu à implementação da democracia, com grande esperança para que o nosso país fosse mais justo e humano, sinto que algo vai mal quando a democracia é imposta sem que as populações sejam ouvidas nas decisões do futuro da sua terra.

A implementação de uma variante entre Carvoeira e Curvel está a ser imposta sem que a população tenha qualquer intervenção na mesma.

A variante seria útil senão tivéssemos a Estrada N-9 com condições e capacidade para recuperação da mesma forma que está a ser implementada na zona de acesso a Santa Cruz, com mais débito de trânsito diário e com outra utilidade. Porque será que se tenta destruir uma zona de implementação rural (que se mantém) com a beleza que a natureza nos tem dado, para benefício de poupança de 3 a 4 minutos no trânsito no traçado da variante?

Será que haverá algum interesse oculto?

Será que é destruindo sonhos de pessoas que são atingidas pela mesma, sem qualquer benefício para as populações se podem impor no nome da democracia?

Não digam que é por falta de segurança da escola pois por este país há escolas com grande exposição, o que não é caso da Carvoeira. Devemos lutar para que na sociedade não sejam impostas atrocidades como esta que foi tomada, sem terem conhecimento do que pode trazer às futuras gerações.

O dinheiro que pretendem gastar poderá ser aplicado em benefícios na terra, na implementação do lar para os idosos e para infraestruturas para os jovens para que se sintam mais agarrados à sua terra.

A ruralidade não pode ser encarada como parente pobre da democracia, esta é o alicerce da mesma aonde as raízes de um povo estão inseridas, não será um qualquer político que quer mostrar alcatrão implantado que a pode destruir.

Como cidadão com os sonhos possíveis já realizados, aonde a democracia me deu a liberdade de escrever estas simples letras, com o meu português não universitário mas que o tempo moldou, sinto que não devo de ceder à destruição da natureza e dos sonhos das pessoas que nada contribuíram para que os caprichos políticos sejam impostos.

Há pessoas que gostariam que os seus filhos ficassem por perto com uma simples habitação mas o PDM é duro e não dão qualquer abertura. Agora o PDM é esquecido para impor atrocidades ambientais.

Ainda acredito na democracia. Há homens com princípios que não vão permitir tão grande atrocidade que querem fazer na Carvoeira ceifando com cimento uma terra que mais tarde passará ao esquecimento, como aconteceu a muitas que estão no esquecimento total. Não vamos permitir que tal aconteça na terra em que não nasci mas que gosto desde 18 de Dezembro de 1988. Os sonhos não se apagam.

Viva a democracia!

José Borges

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